fazer
todo o resto é silêncio
“E calar-se é ainda falar. O silêncio é impossível.”
Maurice Blanchot



Caro Márcio,

Preferiria não fazer. Mas eis que aqui me apresento.
Ou quase, por assim dizer. Assino com meu pseudônimo.
Preferiria não ser eu. Portanto, assim me encontrarei.

Apenas da pulsão negativa, apenas do labirinto do Não pode surgir uma dança por vir. Mas como será essa coreografia? (...) Não sei. Se soubesse, eu mesmo a faria.
Há um debate muito intenso dentro de mim, sobre qual é a natureza da arte. Refleti muito sobre qual era a essência da questão e cheguei à conclusão de que ela tem a ver com a idéia de crença, mais do que qualquer outra coisa.

Então, nesse momento, passei a crer que você sou eu. Ou eu sou você. Não importa a natureza da transformação. Eu transformei sua substância atual. Chamar você de você já não é mais correto. Qualquer um pode chamá-lo do que bem entender, mas isso não alteraria o fato de que você sou eu. Ou eu sou você.


Eis então o meu convite:
minutos para não fazer
uma produção contraditória em si mesma
livremente inspirada em Bartleby
A partir desse momento preferiria não lhe dizer muito mais, apenas um fato e uma pergunta:





Bartleby era um copista.

Como pode-se definir uma pessoa não somente pela sua origem, não somente de onde ela vem, mas igualmente para onde ela vai?














São Paulo, 13 de Março de 2013

Márcio Araújo
















That there, that's not me
I go where I please
I walk through walls
I float down the Liffey

I'm not here
This isn't happening
I'm not here, I'm not here

In a little while
I'll be gone
The moment's already passed
Yeah, it's gone

I'm not here
This isn't happening
I'm not here, I'm not here

Strobe lights and blown speakers
Fireworks and hurricanes

I'm not here
This isn't happening
I'm not here, I'm not here....